quinta-feira, 15 de maio de 2008

A.M.E.

Participamos no passado dia 4 do corrente mês, na inauguração das instalações da A.M.E. (Associação de Melhoramentos de Eixo) Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS).

Da cerimonia protocolar que teve a presença das entidades tutelares, das intervenções habituais e das palavras proferidas que a circunstância exige, retivemos a atitude dos seus responsáveis. Estes, dignificam o movimento associativo.

Olhando em redor tudo era dedicação eficácia e bom gosto. A organização impecável, nada descurando, a busca incessante pela salvaguarda dos pormenores e aquele clima dominante, isento de presunção, sensibilizou-nos.
O que observamos suscitou-nos algumas reflexões. Uma delas, foi que estamos perante pessoas atentas ao meio, perspicazes e perfeitamente capazes de, atempadamente, vislumbrarem, a previsível alteração ao estereotipo do nosso idoso, que, por imposição do aumento do conhecimento, está a mudar, tornar-se-á mais exigente, e assim colocará novos desafios, alterando muito dos conceitos adquiridos na abordagem da geriatria.

É, com estas pessoas que com grandes prejuízos pessoais, profissionais, familiares e às vezes até morais, que a sociedade se organiza, se defende e se prepara para a dinâmica de mudança que a todos os momentos nos impõe.

A notória satisfação estampada nos rostos dos dirigentes e funcionários, reflecte o dever cumprido, e que, afinal, ainda vale a pena procurar o bem e estender aos outros, sem preconceitos, as mãos repletas de dádiva.

Não vislumbramos a recorrente postura pedinchona subserviente, submetida às disponibilidades e à disposição do poder.
Os elementos que constituem a direcção, e todos os seus colaboradores, têm uma coisa que muita gente não tem. Talvez até sejam algo açambarcadores. Têm, caros amigos, para dar e vender, e disso fazem legítima gala, com orgulho manifesto, a perseverança..
È a sua grande arma. É, com esta que nos corredores do poder lutam, travam os seus combates muitas vezes com resultados equívocos, porque como bem sabemos, até por
experiência própria, as batalhes travadas nas antecâmaras, as intermináveis esperas, nem sempre são conclusivas, muito pelo contrário. Constituem desmotivantes recuos.

Estamos perante um exemplo que contraria o habitual discurso miserabilista que recorrentemente assistimos, promovido pela comunicação social, avidamente adoptado pelos pessimistas e imobilistas, de que Portugal é um país pequenino, periférico, nada protagonista e na cauda da Europa. Nada mais errado.
A Freguesia de Eixo, está enriquecida. Não só pelas valências detidas pela A.M.E. mas também pela qualidade dos serviços que presta, pela sua límpida imagem de equilíbrio. A sua acção, tem, em última análise, a particularidade de promover a fusão das sensibilidades, a entreajuda, fundamentais na construção da coesão social, imprescindível para o progresso e o bem estar de todos.


2008.05.09 Aveiro

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Metro de Aveiro


Será um autêntico paradigma mas, na nossa opinião, é um projecto estruturante aglutinador que nos é imposto pelo futuro e, quanto mais cedo o tivermos, melhor.

Fusionaria, Ílhavo, Aveiro e Águeda tornando estas cidades mais homogéneas, mais estruturadas, mais compatíveis e proporcionaria às suas populações uma locomoção rápida, moderna e confortável , tendo quase permanentemente a presença de uma belíssima paisagem que as acompanharia no decurso da margens Ria, do Vouga e do Águeda.

Fala-se das contrapartidas pela eventual instalação de uma unidade processadora de material reciclável no nosso concelho. Eis aqui uma soberana e incontornável oportunidade de, com imaginação e a imprescindível criatividade, obtermos financiamento para esta histórica pretensão.



sábado, 18 de agosto de 2007

Sem Fogos

Meio Aéreo


Ano 2006: área ardida, 75.5140 ha
Ano 2007: área ardida, 5.086 ha

O verão ameno que tivemos este ano, foi determinante para a extraordinária redução da área ardida. Porém, à organização preventiva optimizada pelo governo, devemos também reconhecer mérito.

Mas, um novo espaço florestal deve iniciar-se na zonas abandonadas onde a sustentabilidade conviva com a regeneração natural, contemplando as espécies autóctones que, por este país fora, abandonadas à sua sorte, com estoicismo e perseverança, sobrevivem na titânica luta com as espécies introduzidas, infestantes, predadoras e susceptíveis ao fogo.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

As curvas



E, porque é um assunto da nossa actualidade política da nossa terra, permitimo-nos transcrever texto hoje publicado no DA, sobre as curvas de Stª Joana.

As Curvas de Santa Joana

Talvez ufano, na gestão do acontecimento estival que constituiu a travessia do ferry para S.Jacinto, como todos sabemos, autêntica epopeia, só com parâmetros semelhantes na saga dos Descobrimentos, eis que, em declarações ao Jornal de Aveiro, o dr. Élio Maia, aparece como protagonista fortuito, a invectivar o dr. Marques Pereira, acusando-o, entre outros epítetos, de desrespeitar a vontade popular de duas freguesias do nosso concelho.
O dr. Marques Pereira, jamais nos delegaria qualquer competência que visasse a sua defesa política. Disso, manifestamente não precisa, como claro ficou no seu comentário, publicado na 2ª feira, nas páginas deste jornal.

Mas, o que fundamentalmente nos anima e nos motiva para realizar esta intervenção é o patético mau gosto estético adoptado na construção da abordagem à questão das avenidas, pelo dr.Maia. O facto político que procurou criar, padeceu desde logo, de grave enfermidade, dado que, foi estruturado visando o ataque pessoal ao Vereador Socialista, subalternizando o que é importante, o futuro das populações das freguesias de S. Bernardo e Santa Joana, e, em última instância, hipotecando o desenvolvimento da nossa cidade.
Para as freguesias de S. Bernardo e de Santa Joana, estavam previstas pelos executivos do P.S., duas avenidas, superiormente concebidas por técnicos de competência inatacável. Lineares e estruturantes. Voltadas para o futuro, para a expansão, integradas no desenvolvimento natural da cidade, que claro, expandir-se-á em primeiro lugar, para as zonas de maiores afinidades estruturais, sociais e geográficas. A existência de amplas avenidas em S. Bernardo e Santa Joana, traria a estes locais, o desenvolvimento, o cosmopolitismo, a valorização dos bens e a recorrentemente proclamada qualidade de vida.

Concluímos pela intervenção do Sr.Presidente Maia, que S. Bernardo não terá avenida, e que os seus moradores terão que suportar o trânsito automóvel, na sua via principal, que poderia ser transformada num belíssimo boulevard.

Ficamos ainda a saber em definitivo, que a avenida de Santa Joana terá curvas e contra curvas, contornando interesses, visões rústicas e campesinas, em notório prejuízo da referência de desenvolvimento.
Compreendemos o sentimento que assiste o dr. Marques Pereira, quando refere que, para satisfazer poucos, muitos foram prejudicados.
Os actuais e os anteriores dirigentes destas freguesias possuem, no nosso entender, uma visão imobilista do desenvolvimento, patenteando manifesta dificuldade em olhar para o horizonte, que deles se afasta sempre que de alguma maneira, dele se procuram aproximar.

A minoria que estabeleceu com o beneplácito do Executivo Municipal e das juntas de freguesia afins, a inexistência de uma avenida em S. Bernardo e a opção pela curvilínea via em Santa Joana, perdeu uma oportunidade histórica.

Seria naturalmente indemnizada, adquiriria singular oportunidade de ter os seus bens noutro local, melhor localizados e concebidos, mais modernos, corrigidos dos lapsos e erros impostos pela passagem do tempo, com melhor arquitectura e ainda saboreariam a satisfação de ter participado num projecto cujo objectivo último era o benefício do colectivo, a modernidade.
A miopia dos nossos autarcas, isso impediu.

Ao serem confrontados com esta realidade estala-lhes o verniz, abrindo-se uma brecha através da qual, vislumbramos comportamentos, atitudes e enfim, vimos a alma daqueles que, habilmente, lá vão disfarçando o que lhes vai no íntimo.

Mas, o discernimento impõe-nos o optimismo, a esperança. Este executivo, como as árvores de folha caduca despir-se-á, terá o seu Outono.
Os aveirenses aguardarão a primavera que celebrarão com incontido júbilo.

Aveiro, 08.08.2007

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Os Descobrimentos




Assistimos hoje à descoberta, ao achamento.

À descoberta do caminho marítimo para a S. Jacinto, depois de tantas e tantas tormentas, por mares nunca dantes navegados, eis-nos na ocidental praia.

Por Vaz Camões, aguardamos a catata da saga, em Lusíadas II .

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Ribeiradio, Ribeiradio

Sobre a energia hidroeléctrica e sobre a construção de barragens, não temos nenhuns conhecimentos. Nem técnicos, nem científicos. Temos sim a assistência do senso comum, que nos envolve, que nos sustenta e que se expressa por valores, tais como as reservas estratégicas de água, a sua utilização, para os mais variados fins e a manipulação do seu comportamento, nomeadamente, em anos de bastante pluviosidade.

Recordamos o Rio Mondego, que em Coimbra, há anos, deslizava timidamente, quase envergonhado pelo imenso areal, tentando cada vez mais enfraquecido, chegar ao mar. A Barragem da Aguieira, uma belíssima obra até pelo aspecto da sua arquitectura, com o enquadramento do Açude da Raiva, para além das albufeiras a montante, trouxe para a cidade, um lago permanente, um regalo para os olhos, amenizou o seu clima, disciplinou o comportamento dos caudais, garantiu a abastecimento de água, e, claro, para além da produção eléctrica, sustenta o sistema de rega do Baixo Mondego. Enfim, uma mais valia ambiental.

A Engenharia Portuguesa tem grande conhecimento na planificação e construção de obras deste tipo, tão bem expresso nas Barragens de Castelo de Bode, Alqueva, Cohora Bassa, Aguieira, etc; obras de grande longevidade, que tecnologicamente domina.


Temos a questão de Quioto, com o controle das emissões, os caminhos do nuclear, sinuosos, labirínticos, que ninguém está na disposição de percorrer e o custo do petróleo, entre outros argumentos, a impor-nos a construção da Barragem de Ribeiradio. Surpreende-nos, no entanto, o vacilar do poder político, os avanços, os recuos, produzindo uma dilação não compreensível. Este empreendimento, com tão óbvias prioridades, não pode ter concursos realizados, anulados, modificados e esperar 50 ou 60 anos para ser realidade.

A culpa não será só dos governos, dos ministros, dos institutos.
Sendo destes, é também, de todas as instituições interessadas, a montante e a jusante de Ribeiradio, que em uníssono e em permanência, têm de projectar a irreversibilidade da barragem e da urgência da sua construção.